quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Joias de Axé


“A confecção de uma conta é algo muito sério. Quando se enfia uma conta, você deve concentrar toda a energia em cada uma das miçangas. Depois, é preciso lavá-la com as folhas devidas. Caso todo esse ritual não seja cumprido, o elo de energia se perde”, afirma Mauro Rossi.

Os fios-de-contas são assunto de tanta responsabilidade que o babalorixá é quem escolhe a pessoa que fará as primeiras contas de cada novo membro da comunidade. “Intransferível, o fio-de-contas é um objeto permanente. É acompanhante da vida, no trabalho, no lazer, nos diferentes momentos sagrados no terreiro”, diz o antropólogo e museólogo Raul Lody no livro Jóias de Axé. De todos os fios, existe um que irá seguir o iniciado por toda a vida, o runjebe. “Existe todo um ritual de rezas para a confecção dele”, explica Mauro. Essa peça, feita com miçangas marrons, corais e seguis, simboliza a história da vida daquela pessoa e vai acompanhá-la pela eternidade. De tão especial, o runjebe só é entregue na obrigação de sete anos de feitura de um iaô.

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